Pesquisar por palavra

22 março 2009

Cinema e História

As relações entre cinema e história podem ser as seguintes:

A história do cinema:
trata-se da historiografia cinematográfica, uma disciplina com metodologia própria e um objeto de investigação, como outras histórias setoriais.

A história no cinema:
os filmes, como fontes de documentação histórica e meios de representação da história constituem um objeto de particular interesse para os historiadores que os consultam.

O cinema na história:
como os filmes podem assumir um papel importante na propaganda política, na difusão da ideologia, podendo influenciar as pessoas.
_______________________________

Há filmes, como "O Descobrimento do Brasil" de Humberto Mauro, que se enquadram em mais de uma categoria. O épico conta história do Descobrimento do Brasil (história no cinema) e também faz parte da história do cinema brasileiro (história do cinema).
_______________________________

18 março 2009

Star System

“A crítica cinematográfica, para não falar da
sociologia e da psicologia, ainda está longe de
entender os processos pelos quais um ator se
torna um ídolo e um ídolo se torna um ator.”
(David Kehr)


O ator foi, desde o final de 1910, o elemento com o qual mais fácil e diretamente se identificou o cinema. O desenvolvimento dos grandes estúdios proporciona o surgimento do star system, o sistema de “fabricação” de estrelas que encantam as platéias. Mary Pickford, a “noivinha da América”, Theda Bara, Tom Mix, Douglas Fairbanks e Rodolfo Valentino são alguns dos nomes mais expressivos.

Com êxito alcançado, os filmes passam dos 20 minutos iniciais a, pelo menos, 90 minutos de projeção. O ídolo é chamado a encarnar papéis fixos e repetir atuações que o tenham consagrado, como Rosita (de 1923), com Mary Pickford.

O cinema clássico hollywoodiano colocava o ator-ídolo em equilíbrio entre a narrativa fílmica e o mito cinematográfico. Por isso é tão freqüente que a personagem-ídolo assuma uma trajetória centrífuga em relação ao fechamento da narração.

Os Estados Unidos sentiram o problema de manter o público nas salas e garantir platéias internacionais heterogêneas. A solução, usada até hoje (e agora não somente nos Estados Unidos), foi basear a produção em gêneros e no star system.

14 março 2009

Georges Méliès


Georges Méliès nasceu na França e passou parte da sua juventude desenvolvendo números de mágica e truques de ilusionismo. Depois de assistir a primeira apresentação dos Lumière, decide-se pelo cinema, transformando-o de curiosidade em entretenimento. Realizava uma nova forma de espetáculo, porém ligada à tradição teatral, a câmera ficava sempre a uma distância convencional da cena representada, como num teatro um espectador se conserva sempre a mesma distância do palco.

Não foi Méliès que inventou a ficção, mas foi ele que inventou o cinema fantástico, antes dele um filme simplesmente recriava algo que poderia acontecer na vida real. Por isso é considerado o pai da arte no cinema.

Pioneiro na utilização de figurinos, atores, cenários e maquiadores, opõe-se ao estilo documentarista. Desenvolveu diversas técnicas: fusão, exposição múltipla, uso de maquetes e truques ópticos, sendo assim precursor dos efeitos especiais.


Realizou:

A Danação de Fausto (1898),

O Homem de Quatro Cabeças (1898),

Cinderela (1899),

Viagem a Lua (1902),

Viagens de Guliver (1902),

A Coroação de Eduardo VII (1902) – realizado antes da coroação,

Mil e Uma Noites (1905),

Vinte Mil Léguas Submarinas (1907),

Os Delírios do Barão Münchausen (1911) ,

A Conquista do Pólo (1912).


Hoje Méliès é considerado um dos inventores do cinema e da linguagem ilusionista, mas era criticado pelos especialistas que diziam que suas tramas eram mera desculpa para o uso de efeitos especiais. Em 1915, Méliès fechou seu estúdio e desistindo do cinema, pois não existia mercado suficiente para sustentar seus filmes caros, teatrais e baseados em trucagens mirabolantes.

11 março 2009

Leo McCarey


THOMAS LEO McCAREY
(1898 - 1969)

Leo McCarey foi um diretor americano consagrado por comédias de sucesso, trabalhou com a maioria dos grandes comediantes dos anos 20 e 30, como: Stan Laurel e Oliver Hardy (dupla O Gordo e O Magro), Harold Lloyd e Os Irmãos Max.

Recebeu o Oscar de melhor direção por "Cupido é Moleque Teimoso", em 1938.
McCarey era conhecido por três características marcantes de sua personalidade: o bom humor, a intensa formação católica e o anticomunismo declarado.


Filmografia:

1921 – “Society Secrets”.
1926 – “Be Your Age” e “Tell’em Nothing”.
1928 – “We Fall Down”, >> 9 filmes com o Gordo e o Magro <<.
1929 – “The Sophomore”, “Liberty Wrong Way” e “Red Hot Rhytm”.
1930 – “Wild Company” (Mocidade Louca), “Let’s Go Native” (Naufrágio Amoroso) e “Part-time Wife” (Esposa por Esporte).
1931 – “Indiscreet” (Indiscreta).
1932 – “The Kid from Spain” (Meu Boi Morreu).
1933 – “Duck Soup” (Diabo a Quatro) e “Six of a Kind” (Seis Aventureiros).
1934 – “Belle of the Nineties” (Uma Dama do Outro Mundo) e “Ruggles of Red” (Vamos à América).
1935 – “The Milky Way” (Haroldo Tapa Olho).
1936 – “Make Way for Tomorrow” (A Cruz dos Anos).
1937 – “The Awful Truth” (Cupido é Moleque Teimoso).
1938 – “Love Affair” (Duas Vidas).
1942 – “Once Upon a Honeymoon” (Era Uma Lua-de-Mel).
1943 – “Going My Way” (O Bom Pastor).
1945 – “The Bells of St. Mary’s” (Os Sinos de Santa Maria).
1948 – “Good Sam” (A Felicidade Bate à Porta).
1951 – “My Son John” (Não Desonres o Teu Sangue).
1957 – “An Affair to Remenber” (Tarde Demais para Esquecer).
1958 – “Rally Round the Flag Boys” (A delícia de um Dilema).
1961 – “Satan Never Sleeps” (Tentação Diabólica).

10 março 2009

Entrevistas

DANIEL CHUTORIANSCY

fala sobre o filme "Como Vai, Vai Bem?", produzido pelo Grupo Câmara de Cinema.

http://sofilmeantigo.blogspot.com/2009/03/daniel-chutorianscy-entrevista.html



_______________________
Próxima entrevista:

LUIZ ANTÔNIO PIMENTEL (jornalista) fala sobre cinema.

09 março 2009

Daniel Chutorianscy (entrevista)

entrevista:


DANIEL CHUTORIANSCY


Daniel Chutorianscy fala sobre "Como Vai, Vai Bem?", filme produzido pelo Grupo Câmara de Cinema, em 1968. Daniel dirigiu o episódio "A Santinha do Encantado" e se revezou nas funções de produtor, roteirista, assistente de câmera e "de-tudo-um-pouco" nos demais episódios.

Como Vai, Vai Bem? (ficha técnica)


ficha técnica:

"COMO VAI, VAI BEM?"


Ano de filmagem: 1968
Ano exibição: 1969
Duração: 75 min.
Argumentos e roteiros: trabalho de equipe do Grupo Câmara
Elenco:
Ana Maria Parente, Antônia Marzullo, Cláudio Macdowell, Dinorah Marzullo, Jurema Penna, Márcia Tânia, Maria Balbino, Regina Costa, Ruth Stessens, Vater Soares, Wanda Critiskaya, Creuza Carvalho, Eulina Rosa, Isabel Ribeiro, Maria Gladys e Maria Regina.
Participações Especiais:
Billy Davis, Hugo Carvana, Irmã Alvarez, Labanca, Yolanda Cardoso e Chacrinha.
Travestis:
Denise, Luana, Marie Chantal, Dória, Rildo e Bethânia.
O Coro dos meninos:
Pedrinho, Cabecinha, China, Renato e Assis.
Crianças:
Antônio Carlos e Regina Rosemblitz.
Os Mugstones interpretando de Carlos Imperial “Mamãe passou açúcar em mim”
Laboratórios Líder
Montagem de negativos: Paula Graciel

_____________________

Diretores:

1º episódio: “Uma Vez Flamengo”Valquíria Salvá
2º episódio:
“Mulher à Vista”Alberto Salvá
3º episódio: “10 Anos de Casados”Carlos Alberto Camuyrano
4º episódio: “A Santinha do Encantado”Daniel Chutorianscy
5º episódio: “O Apartamento”Alberto Salvá
6º episódio: “Os Canarinhos de N.S. da Dores”Paulo Veríssimo
7º episódio: “Hei de Vencer”Alberto Salvá
8º episódio: “O Grande Dia”Carlos Alberto Abreu

_____________________

Som
Hélio Barroso
Técnico de som
Celso Muniz
Ruídos de sala
Walter Goulart
Mixagem
Rivaton
Continuidade
Aldo de Sá Brito
Eletricista
Armínio Moraes
Assistente de elétrica
Amaury Alves
Fotos de Cena
Alcyr Cavalcanti e Jessel dos Santos
Caracterização
Paulo José
Produtos
Elisabeth Arden
Perucas Fiszpan
Assistentes de direção:
Alzira Cohen, Estella Bohadana e Sérgio Luz
Cenografia: Régis Monteiro
Títulos
Irmãos Capela
Seleção Musical
Joaquim Assis
Edição
Alberto Salvá
Assistentes de Edição
Alzira Cohen e Amauri Alves
Fotografia e Câmera
Alberto Salvá e Luiz Paulo Pretti
Assistentes de Fotografia e Câmera
Daniel Chutorianscy e Paulo Veríssimo
Produção Executiva
Carlos Alberto Abreu, Luiz Paulo Pretti e Valquíria Salvá
Produtores Associados
Roberto Pires e Paulo José

06 março 2009

O Cinematógrafo

Para captar e reproduzir a imagem do movimento, foram construídos vários aparelhos baseados no fenômeno da persistência retiniana (fração de segundo em que a imagem permanece na retina), descoberto pelo inglês Peter Mark Roger, em 1826. A fotografia, desenvolvida simultaneamente por Louis-Jaques Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce, e as pesquisas de captação e análise do movimento representaram um avanço decisivo na direção cinematográfica.

A partir do aperfeiçoamento de alguns aparelhos, os irmãos Auguste e Louis Lumière idealizaram o cinematógrafo, que, movido à manivela, utilizava negativos perfurados, substituindo a ação de várias máquinas fotográficas para registrar o movimento. O que tornou possível, também, a projeção de imagens para o público.
A apresentação pública do cinematógrafo marca oficialmente o início da história do cinema: em 28 de Dezembro de 1895, ocorre a primeira exibição pública das produções dos irmãos Lumière. A Saída dos Operários das Usinas Lumière, A Chegada do Trem a Estação, O Almoço do Bebê e O Mar são alguns dos filmes apresentados. As produções eram rudimentares, em geral documentários curtos sobre a vida cotidiana, com cerca de 2 minutos de projeção e filmados ao ar livre.

Mas não é apenas o sistema de projeção de fotografias animadas que qualifica o lançamento dos Lumière. O que caracteriza as sessões do Grand Café é o sentido do espetáculo, pela primeira vez realiza-se uma sessão pública e paga, aberta a interessados, e não convidados. A partir daí, o conceito de cinema passou a estar diretamente relacionado à platéia e bilheteria.

05 março 2009

O Nascimento de Uma Nação (filme)

O Nascimento de Uma Nação”, de 1915, dirigido por David W. Griffith, é considerado como o filme base da criação da indústria cinematográfica de Hollywood. O longa despertou o interesse da alta finança pela nova indústria. E foi a partir dele que as elites políticas e religiosas da América tomaram consciência do poder do cinema em suscitar emoções e formar opiniões.

O filme representa um enorme salto de qualidade técnica: introduzindo conceitos fundamentais como flashback e o plano americano; além de aperfeiçoar o close-up e a grande panorâmica; na área da edição, o filme deu um novo sentido ao uso de fade-in e fade-out, e aprimorou a montagem paralela.

Embora a maioria dessas técnicas já fossem conhecidas de muitos cineastas, Griffith foi o primeiro a usá-las de como forma de avançar a narrativa, dando-lhes sentido dramático.

04 março 2009

Avant-Garde Francesa

Movimento de renovação cinematográfica que se desenvolveu entre 1921 e 1931. Os filmes, abstratos e de crítica a sociedade, procuravam expressar sentimentos e idéias para além da dimensão narrativa do cinema clássico, através de sugestões criadas por artifícios técnicos de enquadramento, montagem e ritmo. As temáticas se baseavam em fatos comuns, mas livres de qualquer lógica, dentro de um contexto poético.

A luminosidade e a plasticidade da pintura impressionista inspira cineastas como Louis Delluc (A Mulher de Parte Alguma), Abel Gance (Napoleão), Jean Epstein (Coração Fiel), Marcel L’Herbier (A Desumana) e Germaine Dulac (A Festa Espanhola). O cinema experimental de Man Ray (O Retorno a Razão) e Rene Clair (Entreato) é influenciado pelo dadaísmo e pelo cubismo.
Um Cão Andaluz (foto acima), de 1928, de Luís Buñel, escrito em parceria com Salvador Dalí, é considerado o manifesto do cinema surrealista. Em 1930 Buñel produz A Idade do Ouro, outro marco do movimento. Os filmes não revelam preocupação com enredos ou histórias. As imagens expressam desejos não racionalizados e desprezo pela ordem burguesa.

03 março 2009

Expressionismo Alemão

Na década de 20, a recusa da representação objetiva da realidade disseminada nas artes plásticas influenciou os cineastas alemães. Devastada pela guerra, a Alemanha revelou ao mundo uma concepção cinematográfica sombria e pessimista. Os filmes refletiam esse clima por meio de cenários tortuosos e violentos contrastes de luz e sombra. A realidade deformava-se para poder expressar os conflitos interiores das personagens. O Gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene, marca o aparecimento dessa escola, em 1919.

As experiências de Friedrick Murnau (Nosferatu), Georg Pabst (Lulu) e Fritz Lang (Metropolis) traduzem, em clima simbólico, as angustias e frustrações do país derrotado e em crise econômica e social.

Construtivismo Russo

Em 1908, depois de uma série de documentários, o fotógrafo Alexander Drankov produz o primeiro filme de ficção russo, "Stenka Razin"(foto). A partir de 1917, o cinema passa a ser encarado como um instrumento de difusão dos ideais revolucionários. Serguei Eisenstein (A Greve) e Vsevolod Pudovkin (A Mãe) retratam as principais etapas da revolução de 1917, renovando técnicas de angulação e movimentação de câmera, iluminação e montagem.

A realidade do país também é tema dos novos cineastas como Aleksandr Dovjenko, Eduard Tisse e Lev Kuleshov. Em 1921, o cineasta Dziga Vertov funda o grupo "Kinoglaz" (cinema-olho), que realiza documentários do cotidiano soviético, sem a presença de atores ou de estúdios, com filmagens ao ar livre e um cuidadoso trabalho de montagem. Sua obra, "A Sexta Parte do Mundo", de 1926, antecipa o cinema-verdade.