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04 outubro 2020

livro: REVISÃO CRÍTICA - Marcelo Janot

 


sugestão de leitura:

REVISÃO CRÍTICA

Autor: Marcelo Janot

Editora : Autografia

256 páginas


Você já experimentou rever um filme depois de anos ou décadas? Suas impressões acerca do filme continuaram exatamente iguais à primeira vista? Muitas vezes nossas percepções mudam, fazendo com que as emoções e o entendimento da revisão sejam distintos da primeira vista.

Costumamos dizer que alguns filmes “envelhecem” quando revistos tempos depois e os consideramos antiquados, tanto na parte técnica quanto na linguagem. Isso acontece porque nossos valores e convenções socioculturais mudam fazendo com que nossas percepções se transformem.

Em “Revisão Crítica”, Marcelo Janot revê suas antigas críticas, atualizando-as com o contexto contemporâneo e sua visão atual. Analisando e comparando o antes-e-depois de cada crítica, Janot faz literalmente um exercício de autocrítica: a crítica da crítica. 


Apresentação:

“Em 1992, o crítico de cinema redigia seus textos na máquina de escrever, e não havia internet para ajudar na pesquisa. Foi nesse cenário que Marcelo Janot iniciou sua carreira, no caderno cultural da Tribuna da Imprensa.

Ao longo dos últimos 25 anos, o exercício da crítica mudou junto com os meios de comunicação, e Janot exerceu o ofício em todas as mídias. Formou uma geração de cinéfilos com seus comentários no Telecine Cult por quase uma década; vislumbrou a busca do leitor por crítica de maior credibilidade na internet ao criar o Críticos.com.br; e na mídia impressa viveu os áureos tempos da Revista Programa do Jornal do Brasil, até se tornar um dos Bonequinhos do jornal O Globo.

Sua trajetória é recontada neste livro de uma maneira bastante original: fazendo a crítica das próprias críticas. Os textos são acompanhados de observações sobre normas e estilos predominantes em cada época, curiosidades sobre os bastidores da atividade, além de dicas para quem quer se tornar crítico.

Com isso, além de oferecer uma saborosa seleção de críticas, Janot mostra que não é apenas a percepção dos filmes que muda ao longo do tempo, mas o que se escreve sobre eles também.


Prefácio por Carlos Alberto Mattos (pesquisador e crítico de cinema):

Todo crítico deveria ser, antes de tudo, um crítico de si mesmo. Entretanto, alguns poucos o são. Não muitos logram sair do seu lugar de afirmação e alteridade para incorporar dúvidas e praticar a autocrítica. Isso é especialmente verdade no campo das resenhas de filmes do mercado, quando o crítico é instado a fornecer impressões e análises rápidas, voltadas para um público consumidor de filmes e de opiniões. 

Marcelo Janot é um dos raros profissionais desse meio que, com certa frequência, agregam sua subjetividade aos textos que publicam, mesmo que ele ainda hoje resista ao uso da primeira pessoa. Basta ver a maneira despudoradamente apaixonada ou demolidora com que se refere aos filmes situados nos extremos de sua admiração ou repulsa. Mas o que ele nos oferece neste Revisão Crítica é bem mais do que os reflexos de um espectador cintilando no peito do crítico.


 

Ao debruçar-se sobre sua produção e escolher textos para esta coletânea, Janot fez aquilo que poucos de nós se dão ao trabalho de fazer: a crítica da crítica. Nos pequenos textos novos que acompanham cada resenha ou artigo selecionado, ele examina equívocos e erros de avaliação, relativiza manifestações de entusiasmo que não resistiram ao tempo, recrimina-se pelo uso de referências ou termos politicamente incorretos e chega mesmo ao ponto de admitir que hoje discorda de tudo o que escreveu, por exemplo, sobre “Ponto Final”, de Woody Allen.


As observações se dirigem também às diversas circunstâncias do trabalho crítico, como as relações com o público leitor, com os editores de jornais e com o aparato publicitário da indústria cinematográfica; a controvertida atribuição de cotações; as particularidades da atuação em festivais; os dados de contexto (históricos, políticos, artísticos e mesmo pessoais) que influenciaram a escolha deste ou daquele viés crítico.

A passagem dos suportes impressos para os digitais é outro aspecto que mereceu a atenção de Janot nesse exercício de consciência crítica. Exemplos diversos são citados do maior grau de liberdade, conveniência e aprofundamento que a auto-publicação na internet possibilitou aos críticos que disso souberam tirar partido. Daí este livro, por percorrer tantas searas do ofício, afirmar-se também como um bom manual para o crítico aprendiz. Até porque Janot recorre amiúde a sua experiência como professor de cursos de crítica de cinema para imprimir uma visão explicativa do seu trabalho.

Há também espaço, é claro, para celebrar o prazer de se relacionar com o cinema através do pensamento crítico. Assim como para a confirmação de antigas apreciações e o orgulho por esta ou aquela que se revelaria especialmente precisa ou teria repercussão acima do normal. Nada demais quando se trata de um crítico como Marcelo Janot, cultor de textos claros, comunicativos e cheios de insights reveladores sobre os filmes a que se referem.

 Mesmo quando discordo de uma ou outra avaliação desse colega, consigo enxergar o seu ponto e a coerência do seu discurso. É justamente nessa dinâmica de encontros felizes e desencontros compreensíveis que se faz a diversidade fundamental do espírito crítico. Ao expor nesse livro os encontros e desencontros consigo mesmo através do tempo, Janot avança um pouco à frente da maioria de nós.


1ªED.(2018)

ISBN: 9788551808351

Segmento: Critica Cinematográfica

Idioma: Português

Encadernação: Brochura

Formato: 13,8 x 20,8 x 1,5

Páginas: 256


16 janeiro 2020

Exposição: CINE MU(N)DO (fotografia)




Exposição do fotógrafo Sergio Poroger traz seu novo projeto fotográfico que retrata o cotidiano dos cinemas de rua em diversas localidades como Estados Unidos, Holanda e Brasil. 
A mostra mescla novas configurações de cinemas, como o cinema ao ar livre, e velhos modos de viver a experiência de apreciar a sétima arte.
A obra dá sequência a Cold Hot, lançado em 2016, desta vez com foco no cinema, onde mostra, com imagens, a influência histórica do cinema nos hábitos dos cidadãos e das cidades norte-americanas.
No dia 25/01 haverá um bate-papo entre Sérgio Poroger (fotógrafo), Patricia Bueloni (produtora) e Olívio Guedes (curador).
Exposição: até 26/01/2020
Diálogo Artista e Curador: 25/01/2020 – Sábado, às 11h
Local: Clube Hebraica (São Paulo)Rua Hungria, 1000 - Pinheiros (SP)
Informações: 55 11 3818-8888 | 8889


03 janeiro 2020

Kirk Douglas completa 103 anos



Nascido em 09 de Dezembro de 1916, Kirk Douglas completou 103 anos.


Michael Douglas postou duas fotos em sua conta no Instagram para comemorar o aniversário do pai.
"Feliz aniversário Pai! Você é uma lenda viva e toda a sua família lhe envia todo o amor de seus corações!"

"9-12-2019 que dia ótimo! Obrigado ao HFPA pela indicação @GoldenGlobes e por deixar meu pai orgulhoso em seu aniversário de 103 anos!" Nesse mesmo dia, Michael foi indicado ao Globo de Ouro de melhor ator de comédia em série de TV, pelo papel em 'O Método Kominsky' da Netflix



Kirk Douglas - filmografia:

2008  Empire State Building Murders

2008  Mel Blanc: The Man of a Thousand Voices (documentário)

2004

 Illusion

2003 

 Acontece nas Melhores Famílias

1995

 Os Simpsons - Temporada 7 (Episódio 18)

1994

 Os Puxa-Sacos

1991

 Oscar - Minha Filha Quer Casar

1991

 Tales from the Crypt - Temporada 3 (Episódio 14)

1986

 Os Últimos Durões

1985

 Amos

1980

 Nimitz - De Volta ao Inferno

1979

 Cactus Jack, o Vilão

1979

 Saturno 3

1979

 Terapia de Doidos

1978

 A Fúria

1977

 Exterminação 2000

1975

 Ambição Acima Da Lei

1974

 Assassino na Cidade

1969

 Movidos Pelo Ódio

1967

 Desbravando o Oeste

1967

 Gigantes em Luta

1966

 Paris Está em Chamas?

1966

 À Sombra de um Gigante

1965

 A Primeira Vitória

1964

 Sete Dias De Maio

1963

 A Lista de Adrian Messenger

1963

 Sede de Vingança

1962

 Sua Última Façanha

1962

 Two Weeks in Another Town

1961

 Cidade Sem Compaixão

1961

 O Último Pôr-do-sol

1960

 O Nono Mandamento

1960

 Spartacus

1959

 Duelo de Titãs

1959

 O Discípulo do Diabo

1958

 The Vikings

1957

 Glória Feita de Sangue

1957

 Sem Lei e Sem Alma

1956

 Sede de Viver

1955

 A Um Passo Da Morte

1954

 20000 Léguas Submarinas

1954

 Mais Forte que a Morte

1954

 Ulysses

1953

 A História De Três Amores

1953

 Assim Estava Escrito

1952

 O Rio da Aventura

1951

 A Montanha dos Sete Abutres

1951

 Chaga de Fogo

1950

 Algemas de Cristal

1950

 Êxito Fugaz

1949

 O Invencível

1949

 Quem É o Infiel?

1948

 Estranha Fascinação

1947

 Conflito de Paixões

1947

 Fuga do Passado

1946

 O Tempo Não Apaga


17 junho 2019

Rastros de Ódio (1956)

Ah! John Wayne, meu companheiro mais constante nas saudosas cavalgadas de minha imaginação..! Quantos filmes eu vivi, a cavalo, ao seu lado, quando ele enfrentava pistoleiros ligeiros no gatilho - por sorte, nunca mais rápido do que ele - fui bombeiro apagador de incêndio  junto dele, lutei na guerra da Coréia, das Filipinas, do Japão e até contra os alemães... só não gostava muito dos filmes de amor, porque ele ficava muito metido, e nem me dava importância.

Mas sempre nos saímos bem, e eu adorava viver os filmes em sua companhia... Mas pra dizer a verdade, num deles, RASTROS DE ÓDIO- "The Searchers", de 1956 (John Ford), eu detestei... ETHAN EDWARDS era seu nome no filme, estava ranzinza, rancoroso e com muito ódio em seu coração!

Bem que MARTIN PAWLEY (Jeffrey Hunter), outro companheiro dele na viagem que fazíamos me aconselhou que não ficasse muito próximo dele, que andava muito zangado, buscando vingança contra um chefe índio, "Scar"(Henry Brandon) que atacou o rancho de sua família, matando seu irmão e cunhada, e levando prisioneira a sua sobrinha, a pequena DEBBIE EDWARDS (Nathalie Wood), também  muito criança ainda, na vida real...

O pior, vocês não sabem, é  que quando me juntei a eles na cavalgada, essa perseguição já durava uns cinco anos, e eu cheguei no exato momento em que eles finalmente descobriram a aldeia do perverso Scar e por conseguinte, o paradeiro de sua sobrinha, agora mais velha, mas uma mocinha ainda, só que já vivendo como escrava e mulher de seu raptor... e mais perplexo fiquei ao constatar um sentimento enorme de racismo do Ethan, não só contra os índios, como também contra quem quer que fosse, que tenha vivido em companhia deles, principalmente sendo sua mulher; E para "aquele" John Wayne a menina agora também era índia, tinha cheiro de índio, e como tal, tinha que... morrer! Retive por instantes meu cavalo e sem saber o que fazer, ou mesmo o que sentia, eu chorei...


E só sai do meu torpor,  banhado de lágrimas, engasgado de soluços,  chamado à  cruel realidade do que realmente acontecia, alertado que fui pelos apelos desesperados de MARTIN:
- NÃO ETHAN, NÃO!
-  ELA  NÃO!
- É DEBBIE, SUA SOBRINHA, VOCÊ NÃO PODE MATÁ-LA TAMBÉM..!

Se a vida de um "mocinho" do velho-oeste era muito difícil, a de um herói, muito mais - tomar a decisão certa, no momento exato, fazendo a justiça triunfar - e John Wayne/ETHAN mais uma vez foi o herói que eu adorava: segurando a menina pela cintura, elevou-a acima de sua cabeça, e sorrindo ternamente aconchegou-a num abraço  duradouro.
E assim nossa história terminou, pois o filme acabou, mas o meu aprendizado sobre cinema começou: a criança que detestou seu herói, passou a adorá-lo como seu ator preferido, a ponto de  julgá-lo merecedor de um Oscar por aquela interpretação de malvado vingador...


Mas seu prêmio de melhor ator estava por vir, anos mais tarde, no filme BRAVURA INDÔMITA - "TRUE GRIT", de 1969 e dirigido por HENRY HATHAWAY, no papel de outro ranzinza e também beberrão - o inesquecível "ROOSTER COGBURN".

Só que deste personagem eu gostei desde a primeira cena.
O ruim é que têm muitas cobras cascavéis, e eu quase caí num poço!
Mas essa é outra história, de outras cavalgadas e, por certo, de outra resenha...
Até  lá!