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18 maio 2019

trailer oficial "Stan & Ollie"

    Preciso confessar que, apesar de ser cinéfilo, são poucos os filmes que atualmente tenho vontade de assistir no cinema. Raramente levanto do conforto do meu sofá ou da minha cama para assistir a um lançamento no cinema. Além do mais existem várias opções no cabo e no streaming, que aliados à minha preguiça, me fazem ficar em casa. 

     Mas taí um filme que me fará deixar a preguiça de lado: "STAN & OLLIE" (título original, ainda sem título em português), que vai contar a biografia da dupla "O Gordo e o Magro".



Direção: Jon S. Baird
Roteiro: Jeff Pope
Elenco: Steve Coogan, John C. Reilly, Nina Arianda, Shirley Henderson

08 maio 2019

MARCELINO PÃO E VINHO (1955)


Frase feita "HOJE OS TEMPOS SÃO OUTROS". E os filmes também. Que antigamente o cinema era ingênuo, coisa e tal, e que hoje é mais sério, com mais recursos computadorizados etc. 
Obviemice - mistura de óbvio com mesmice - pensamento muito usado por quem gosta de frases ou conceitos prontos (pelo menos esta palavra estranha ai de cima não  é "pronta", pois acabei de inventar) que usam para rotular um conceito qualquer...

Vejamos, por exemple o filme MARCELINO PÃO E VINHO ("MARCELINO, PAN Y VINO") de 1955, dirigido Ladislao Vadja: a história de um menininho órfão abandonado às portas de um convento, que passou a ser criado pelos jesuítas locais. O menino, arteiro, brincalhão, levava à loucura os seus tutores de batina. Vivia uma vida solitária de crianças de sua idade e por isso, talvez, tornou-se muito sonhador e imaginativo; sonhava com sua mãe, que não conheceu, e com Jesus (aqui por certo influência de tantas missas que um interno de convento acaba por assistir)

Daí que começou a contar que conversava com Jesus... jurava até, que era verdade, no que era constantemente censurado pelos jesuítas,  que não acreditavam nas histórias do menino - como podia ele conversar com Jesus Cristo?


Uma história simples, infantil, uma mentira? Aqui o roteiro, bem feito, com apurada direção deixa de ser ingênuo e se   aprofunda num mar de dúvidas entre a mentira da criança ou a falta de crença dos jesuítas; cumpre notar que foi um filme feito para crianças, mas que levou às lágrimas milhares e milhares de adultos. Hoje mesmo, ao rever pela enésima vez o filme, para fazer esta resenha, novamente eu chorei, e olha que estou com 70 anos, não me considero enfermo nem gagá, e que assisto, em média, 22 filmes por semana, qualquer gênero, ano, ator, de Chaplin a Bergman, o mais eclético possível. Tamanho foi o sucesso do filme que até álbum de figurinha teve e eu próprio, que tenho até  hoje, há precisos 65 anos, bem preservado (tal como eu!)

Mas, voltando à história querem saber se realmente o Marcelino conversava com Cristo, diria, antes, que  a ingenuidade, quando aplicada a uma pessoa, geralmente é temperada de conceito um tanto ou quanto depreciativo, mas não  reparam por exemplo, nos tantos canais religiosos existentes hoje em dia, cheios de pregações e depoimentos vários de pessoas que "viram  ou falaram com Deus, Cristo e outros Santos".

Enfim, o que quero dizer é que a INGENUIDADE não é conceito nem predicado, mas, mais que tudo considero eu, um SENTIMENTO, que está presente, até hoje, nas pessoas, e tal como a CRENÇA, ela é  maior ou menor em cada um, podendo existir uma criança perversa ou um adulto sentimental (ingênuo/não pejorativo). Tal e qual um filme antigo como o "MARCELINO...", onde o sentimento existe a ingenuidade habita e a crença faz morada.

Para mim, o filme é  ingênuo sim, cheio de crença também, e por isso mesmo inteiramente atual e moderno, aliás, como somos todos nós, os sentimentais. Ah! sobre o filme, se o menino encontra a mãe, se realmente falava com Jesus acho melhor assistirem ao filme. Aí vamos ver se você é  sentimental, ingênuo ou datado? E até aonde vai sua crença!

01 junho 2009

Nouvelle Vague


Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o cinema francês manteve-se com alguma força comercial, mas foi, naturalmente, um período pouco criativo. Por causa da guerra e da ocupação nazista, uma boa parte dos grandes realizadores saíram da França, como foi o caso de Jean Renoir e René Clair.

A tendência realista, até ali dominante, foi enfraquecida. O protesto e a revolta contra invasão alemã eram sufocados pelos invasores. Até o final da década de 50, persiste o cinema tradicional e acadêmico. Em 1957, um grupo de jovens provenientes da crítica (alguns desses novos diretores pertenciam ou estavam ligados ao círculo de críticos da revista Cahiers de Cinéma) reage contra o academicismo do cinema francês e inicia o movimento da Nouvelle Vague, renovando a linguagem cinematográfica.

Era um cinema de autor, de produção livre, criticavam as produções comerciais francesas e realizam obras de baixo custo, rejeitavam o cinema de estúdio e regras narrativas.

Diferentemente do neo-realismo italiano, a nouvelle vague voltou-se menos para a situação social e política do país e se interessou mais pelas questões existenciais de seus personagens, como por exemplo Acossado (À bout de souffle), de 1969, de Jean-Luc Godard. A nouvelle vague descobriu novos temas, novas técnicas e novas estrelas, como Brigitte Bardot.

08 abril 2009

Neo Realismo Italiano

“Nunca nesses filmes um indivíduo inicia uma trama, pois a
trama deve vir da própria realidade. O indivíduo existe nesses
filmes para revelar as dimensões humanas de uma situação
ampla e objetiva, para fazer com que nós, como espectadores, a
vejamos profunda e apaixonadamente, e não por seu conteúdo
de informação, como poderíamos ver em um documentário
sobre o mesmo problema. Ladri di bicicletta (Ladrões de
Bicicleta) de Vittorio de Sica torna-nos conscientes de um
enorme e disseminado problema social na Itália depois da
guerra, mas ao mesmo tempo nos revela o problema em todo
o seu pathos a o focalizar um homem e sua desgraça.”

(J. Dudley Andrew, em “As Principais Teorias do Cinema”)


A experiência neo-realista teve duração relativamente curta (se calcularmos proporcionalmente à sua importância), mas causou enorme impacto sobre as demais cinematografias. E se expressou de diferentes formas em outros países.

A partir do neo-realismo, o cinema se renovou em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, influenciando o cinema novo. A renovação ocorreu na temática, na linguagem mais simples, nas temáticas contestadoras, nos atores não profissionais e nas tomadas ao ar livre.

Com o fim da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) e a desmantelamento do fascismo, depois de sofrer duas invasões simultâneas (alemã e aliada), a situação na Itália era desoladora. Foi nesse contexto que surgiu o neo-realismo.


Apesar de ser um cinema simples, direto e comprometido com a realidade, o neo-realismo apresentava temáticas bastante abrangentes e ao mesmo tempo distintas: a preocupação com o desemprego nas grandes cidades, como em Ladrões de Bicicleta (de Vittorio de Sica); a questão agrária, como em “Arroz Amargo” (de Giuseppe de Santis); o subdesenvolvimento, como em “La Terra Trema” (de Luchino Visconti). As temáticas surgiam do local e da cultura de onde eram filmados.

04 março 2009

Avant-Garde Francesa

Movimento de renovação cinematográfica que se desenvolveu entre 1921 e 1931. Os filmes, abstratos e de crítica a sociedade, procuravam expressar sentimentos e idéias para além da dimensão narrativa do cinema clássico, através de sugestões criadas por artifícios técnicos de enquadramento, montagem e ritmo. As temáticas se baseavam em fatos comuns, mas livres de qualquer lógica, dentro de um contexto poético.

A luminosidade e a plasticidade da pintura impressionista inspira cineastas como Louis Delluc (A Mulher de Parte Alguma), Abel Gance (Napoleão), Jean Epstein (Coração Fiel), Marcel L’Herbier (A Desumana) e Germaine Dulac (A Festa Espanhola). O cinema experimental de Man Ray (O Retorno a Razão) e Rene Clair (Entreato) é influenciado pelo dadaísmo e pelo cubismo.
Um Cão Andaluz (foto acima), de 1928, de Luís Buñel, escrito em parceria com Salvador Dalí, é considerado o manifesto do cinema surrealista. Em 1930 Buñel produz A Idade do Ouro, outro marco do movimento. Os filmes não revelam preocupação com enredos ou histórias. As imagens expressam desejos não racionalizados e desprezo pela ordem burguesa.

03 março 2009

Expressionismo Alemão

Na década de 20, a recusa da representação objetiva da realidade disseminada nas artes plásticas influenciou os cineastas alemães. Devastada pela guerra, a Alemanha revelou ao mundo uma concepção cinematográfica sombria e pessimista. Os filmes refletiam esse clima por meio de cenários tortuosos e violentos contrastes de luz e sombra. A realidade deformava-se para poder expressar os conflitos interiores das personagens. O Gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene, marca o aparecimento dessa escola, em 1919.

As experiências de Friedrick Murnau (Nosferatu), Georg Pabst (Lulu) e Fritz Lang (Metropolis) traduzem, em clima simbólico, as angustias e frustrações do país derrotado e em crise econômica e social.

Construtivismo Russo

Em 1908, depois de uma série de documentários, o fotógrafo Alexander Drankov produz o primeiro filme de ficção russo, "Stenka Razin"(foto). A partir de 1917, o cinema passa a ser encarado como um instrumento de difusão dos ideais revolucionários. Serguei Eisenstein (A Greve) e Vsevolod Pudovkin (A Mãe) retratam as principais etapas da revolução de 1917, renovando técnicas de angulação e movimentação de câmera, iluminação e montagem.

A realidade do país também é tema dos novos cineastas como Aleksandr Dovjenko, Eduard Tisse e Lev Kuleshov. Em 1921, o cineasta Dziga Vertov funda o grupo "Kinoglaz" (cinema-olho), que realiza documentários do cotidiano soviético, sem a presença de atores ou de estúdios, com filmagens ao ar livre e um cuidadoso trabalho de montagem. Sua obra, "A Sexta Parte do Mundo", de 1926, antecipa o cinema-verdade.