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08 maio 2009

O Espaço fora da Tela

Espaço fora da tela é o espaço que não se vê, mas que fica subentendido que exista através do enquadramento, da interpretação ou dos diálogos. Divide-se em 6 segmentos: os 4 cantos da tela, o que fica atrás da câmera e o que se encontra atrás do cenário.

É importante na história da linguagem cinematográfica, pois deu início a utilização sistemática e estrutural do espaço em off, colocando-o em igual importância em relação ao espaço-da-tela.

Um simples quadro vazio causa tensão, suspense, além de despertar a curiosidade de quem está assistindo. O espaço em off é usado em vários gêneros, como mistério e terror, por exemplo: quando a mocinha está fugindo do monstro e a câmera só mostra o rosto aterrorizado da perseguida (às vezes, por questões de economia na produção), parecendo que o monstro está atrás da câmera.

Em “Encurralado” (Duel), de Steven Spielberg, de 1971, o espaço em off é constantemente usado, porque o caminhoneiro que persegue o outro não aparece durante o filme, somente sua mão, seu caminhão. E a isso se deve o sucesso do filme, pois se não fosse gerado um suspense ao redor da figura do caminhoneiro, o filme perderia o suspense e não conseguiria prender a atenção do espectador até o final.

Em “Sangue Mineiro”, de Humberto Mauro - é importante levar em consideração o ano do filme: 1927 - o beijo de um casal é filmado com a maior parte do corpo de ambos fora do quadro, câmera focaliza dos pés até o joelho dos personagens. Os dois pares de pés ficam um de frente para o outro, passados alguns segundos a mulher flexiona o joelho levemente, dando a entender a ocorrência de um beijo.

Na comédia “Corra que a Polícia vem Aí” (parte I ou II), o espaço em off é usado como uma espécie de piada, definido pelo “olhar”, além dos tiros, em off. O policial, vivido por Leslie Nielsien, durante um tiroteio, é focalizado de perfil, atirando e se protegendo de tiros, atrás de um latão de lixo, parecendo estar atirando em um alvo distante. Porém quando a câmera abre a imagem e dá uma panorâmica, vemos que o outro atirador está apenas a alguns passos de distância dele.
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06 abril 2009

Cinema de Animação

Cinema de animação pode ser definido como o cinema que é realizado pela filmagem pelo método quadro-a-quadro. É uma realidade virtual, que só vai existir na imaginação. Pois o movimento é aparente, somente vai existir durante a projeção, já que os objetos/desenhos/pessoas estão inertes.

Muitas pessoas confundem o cinema de animação com desenho animado. Desenho animado é apenas uma das modalidades do cinema de animação, mas sem dúvida é a mais popular.


Modalidades:

- Animação em 3D (que é realizado em computador);
- Animação de bonecos ou marionetes (tem Jiri Irnka e Georg Pal como principais representantes);
- Animação de pessoas (um exemplo famoso e premiado: “Os Vizinhos” de Norman McLaren);
- Animação de objetos (muito usado em anúncios publicitários, por exemplo no comercial da Geléia de Mocotó Imbasa, onde colheres são animadas);
- Animação com massa de modelar;
- Animação com repetição dos movimentos em montagem (por exemplo: “Pas-de-Deux” de Norman McLaren);
- Animação de recortes;
- Animação de tela de alfinetes (processo criado por Alexander Alexeieff e Clare Porter);
- Desenho direto na película (por exemplo: “Colour Box” de Len Ley);
- Desenho animado (os mais famosos são os de Walt Disney);
- Desenho animado com filme ao vivo (exemplos: “Uma Cilada para Roger Rabbit” e “Marujos do Amor”);

O cinema de animação se baseia na persistência retínica ou retiniana, que é o tempo em que as imagens permanecem no fundo do olho, as imagens permanecem na retina durante um breve lapso de tempo, enquanto na mente se elabora a idéia que as reflete.

Ilusões óticas são decorrentes do fenômeno da persistência retiniana:
- A impressão de corrente contínua de imagens (que na realidade se sucedem de modo descontínuo);
- A mobilidade aparente de coisas realmente imóveis.

O processo de persistência retiniana se opera dentro da câmera pelo funcionamento do diafragma (que se abre para que seja feita a passagem de luz, para imprimir a película) e do obturador (controlador do tempo, da velocidade de abertura do diafragma). A exposição de 24 quadros por segundo reproduz o movimento real que o olho tem capacidade de perceber. Isso não quer dizer que sejam necessários 24 desenhos para se filmar 1 segundo de filme. Podem ser usados menos desenhos: 12 ou 8, trabalhando com um quociente de, respectivamente, 2 ou 3 fotogramas para cada pose, sem alterar a normalidade do movimento.


Os filmes que utilizam 24 desenhos por segundo são chamados full animation (animação cheia), um exemplo: “Branca de Neve”, de Walt Disney.

A trilha sonora, na maioria dos filmes ao vivo, se faz durante a fase final da edição. Num desenho animado, ela é, geralmente, gravada antes da execução do filme, para que seja feita a associação entre o ritmo visual da animação e o ritmo musical. A leitura do som pode, também, ser feita com o auxílio da bachita, que é uma ficha em que a pauta musical é descrita em segundos, onde o compasso musical é marcado.

Para se realizar um filme de animação é necessário trabalhar com:

Acessórios específicos: mesa de animação (com tampo de vidro fosco, iluminado por baixo e com pinos para prender as folhas), pincéis, guache, crayons porosos, canetas à base de água, nanquin, benzina, régua de metal, entre outros.);

Mapa de filmagem (onde estará descrito o número de fotogramas que cada desenho terá que ser fotografado);

Truca (uma mesa montada com uma câmera sobre ela, numa haste, com dispositivo para acionar a câmera regulada para a filmagem quadro-a-quadro);

22 março 2009

Cinema e História

As relações entre cinema e história podem ser as seguintes:

A história do cinema:
trata-se da historiografia cinematográfica, uma disciplina com metodologia própria e um objeto de investigação, como outras histórias setoriais.

A história no cinema:
os filmes, como fontes de documentação histórica e meios de representação da história constituem um objeto de particular interesse para os historiadores que os consultam.

O cinema na história:
como os filmes podem assumir um papel importante na propaganda política, na difusão da ideologia, podendo influenciar as pessoas.
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Há filmes, como "O Descobrimento do Brasil" de Humberto Mauro, que se enquadram em mais de uma categoria. O épico conta história do Descobrimento do Brasil (história no cinema) e também faz parte da história do cinema brasileiro (história do cinema).
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18 março 2009

Star System

“A crítica cinematográfica, para não falar da
sociologia e da psicologia, ainda está longe de
entender os processos pelos quais um ator se
torna um ídolo e um ídolo se torna um ator.”
(David Kehr)


O ator foi, desde o final de 1910, o elemento com o qual mais fácil e diretamente se identificou o cinema. O desenvolvimento dos grandes estúdios proporciona o surgimento do star system, o sistema de “fabricação” de estrelas que encantam as platéias. Mary Pickford, a “noivinha da América”, Theda Bara, Tom Mix, Douglas Fairbanks e Rodolfo Valentino são alguns dos nomes mais expressivos.

Com êxito alcançado, os filmes passam dos 20 minutos iniciais a, pelo menos, 90 minutos de projeção. O ídolo é chamado a encarnar papéis fixos e repetir atuações que o tenham consagrado, como Rosita (de 1923), com Mary Pickford.

O cinema clássico hollywoodiano colocava o ator-ídolo em equilíbrio entre a narrativa fílmica e o mito cinematográfico. Por isso é tão freqüente que a personagem-ídolo assuma uma trajetória centrífuga em relação ao fechamento da narração.

Os Estados Unidos sentiram o problema de manter o público nas salas e garantir platéias internacionais heterogêneas. A solução, usada até hoje (e agora não somente nos Estados Unidos), foi basear a produção em gêneros e no star system.

06 março 2009

O Cinematógrafo

Para captar e reproduzir a imagem do movimento, foram construídos vários aparelhos baseados no fenômeno da persistência retiniana (fração de segundo em que a imagem permanece na retina), descoberto pelo inglês Peter Mark Roger, em 1826. A fotografia, desenvolvida simultaneamente por Louis-Jaques Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce, e as pesquisas de captação e análise do movimento representaram um avanço decisivo na direção cinematográfica.

A partir do aperfeiçoamento de alguns aparelhos, os irmãos Auguste e Louis Lumière idealizaram o cinematógrafo, que, movido à manivela, utilizava negativos perfurados, substituindo a ação de várias máquinas fotográficas para registrar o movimento. O que tornou possível, também, a projeção de imagens para o público.
A apresentação pública do cinematógrafo marca oficialmente o início da história do cinema: em 28 de Dezembro de 1895, ocorre a primeira exibição pública das produções dos irmãos Lumière. A Saída dos Operários das Usinas Lumière, A Chegada do Trem a Estação, O Almoço do Bebê e O Mar são alguns dos filmes apresentados. As produções eram rudimentares, em geral documentários curtos sobre a vida cotidiana, com cerca de 2 minutos de projeção e filmados ao ar livre.

Mas não é apenas o sistema de projeção de fotografias animadas que qualifica o lançamento dos Lumière. O que caracteriza as sessões do Grand Café é o sentido do espetáculo, pela primeira vez realiza-se uma sessão pública e paga, aberta a interessados, e não convidados. A partir daí, o conceito de cinema passou a estar diretamente relacionado à platéia e bilheteria.